23 julho, 2009

21 julho, 2009

A história das coisas

Video retirado do Youtube - http://www.youtube.com/watch?v=lgmTfPzLl4E - que mostra de maneira didática o sistema de produção linear e as consequencias do mesmo para o planeta terra e para as pessoas consequentemente.

20 julho, 2009

15 julho, 2009

Kafka

Achei essa imagem tão kafkiana que me rendi a posta-la e fazer um comentário sobre a obra desse autor!

Realmente gosto da forma que Kafka escreve (ou escrevia) !! Mesmo lendo apenas comentadores (não tenho forças para aprender checo) e sabendo as limitações que a tradução da lingua causa a leiura de um texto, Kafka foi para mim, marcante. Mesmo não lendo todas as obras desse autor,
nem muitas tb. Kafka foi um dos primeiros que me convenceu a ler o mesmo livro mais de uma vez.

Quando comecei a ler "carta ao pai", não consegui parar mais. Como dizem por aí, destrui, comi, devorei, li tudinho do livro. De cabo a rabo. Não contente, indiquei a obra para todas as pessoas que conhecia. Ainda não contente, reli. E reli de novo. Sempre que terminava pensava: "Cara, esse livro é muito bom". Entretanto, o que mais se facinava era a forma em que eu conseguia ver o que se passava no livro e nem tanto a história em si. A descrição de Kafka sobre a vida dele era tão real que conseguia imagina-lo ao meu lado. Sem muito esforço. Vendo claramente o sofrimento do garoto diante o mundo que o rodiava. Com o tempo, fui cristalizando a idéia que a obra, por fim, não era apenas um relato pessoal. Mas sim, um convite a filosofia do cotidiano. A filosofia imaginativa que consegue nos transportar para além do nosso corpo e nos faz ter uma visão mais ampla sobre o mundo a nossa volta.

Tendo essa pré-idéia do trabalho de Kafka, fui atrás de outras fontes para confirmar a teoria.
Dito e feito, li a "Metamorfose" (algumas vezes também) e confirmei o que pensava!
O livro é curtíssimo, como "Carta ao pai", porém mostra a mesma visão de uma forma mais ampla. Kafka não narra a sim mesmo. Mas narra a história em terceira pessoa. O que amplia a visão da história, consegue mostrar mais o contexto geral e esclarece o convite a filosofia imaginativa. Na "Metamorfose" do personagem - de pessoa a barata, todos nós podemos nos ver.
Somos a barata de dia e a pessoa de noite, e vice e versa.
Cada atitude, ação, expressão, nos possiciona entre o 8 e o 80. Isso também envolve o que temos e, consequentemente, o que não temos. Kafka assim nos mostra o quão insignificante(inseto) podemos ser para aqueles que nos tem como iguais...
Mais uma vez, somos convidados por Kafka à olhar a nossa volta e a si mesmos. A visão do cotidiano coletivo e a constituição da sociedade como pilar moldador dos laços de interesse e ação, são problematizados e questionados pelo autor.

Terminado a minha história com Kafka, li o "O Processo". Esse sim um livro pesado! Bem maior e bem mais denso que os dois primeiros que li. Porém, um livro bem mais completo. Porém seguindo a mesma linha e estilo de "Metamorfose". O livro também é narrado em terceira pessoa e conta com um personagem que, como em "Metamorfose" não sabe o que está acontecendo a seu redor. O que parece é que da mesma forma que culpamos o "sistema" pelo erros da sociedade, o personagem de "O Processo" o faz. Sem saber o que está acontecendo ao seu redor, vai sendo levado ao fim, esgotamento físico e mental. Acorda em um dia normal sendo abordado por polícias que o levam preso, sem motivos. Assim começa o livro onde o personagem vai sofrendo com um processo que não encontra nenhuma conformidade e coerencia, sendo vítima de uma perseguição.
Como todos os personagens de Kafka nos livros que li, a perseguição e a culpa estão sendo caminhando juntas. Os personagens kafkianos sofrem psicologicamente com a dúvida constante entre vítimas ou criminosos. Essa questão está sempre na cabeça, atormentando.
Kafka nos põem a mesma minhoca na cabeça. Nos faz questionar nosso papel na sociedade em que livemos. Nos coloca de bandeja o contexto, explicitando o cenário e convidando ao debate!


--------------------------------Sobre o autor (Wikipedia)

Franz Kafka (língua tcheca: František Kafka)(Praga, 3 de julho de 1883 - Klosterneuburg, 3 de junho de 1924) foi um dos maiores escritores de ficção da Língua alemã do século XX. Kafka nasceu numa família de classe média judia em Praga, Áustria-Hungria (agora República Tcheca). O corpo de obras suas escritas— a maioria incompleta e publicadas postumamente[1]— destacam-se entre as mais influentes da Literatura ocidental[2].

Seu estilo literário presente em obras como a novela A Metamorfose (1915), e romances incluindo O Processo (1925) e O Castelo (1926) retratam indivíduos preocupados em um pesadelo de um mundo impessoal e burocrático.

--------------------------------Outros Autores semelhantes
Albert Camus
Nikolai Gogol

14 julho, 2009

Economia e arte visual contemporânea

Artigo do ministro da Cultura, Gilberto Gil, publicado no jornal O Estado de S. Paulo - SP, 11/02/2008

Atualmente, a inovação no campo da arte não se restringe ao questionamento de suportes tradicionais

A contemporaneidade é pensada pela arte em termos de intensidade e de agenciamento; o valor de cada obra é sua capacidade de se afirmar em relação ao presente. Sabemos que hoje cada manifestação do processo criativo está integrada ao mundo de uma economia atuante e catalisadora fundada na dinâmica do novo. A economia contemporânea tem na arte o modelo, já que a produção de bens se tornou cada vez mais “imaterial”, operando por diferenciais simbólicos consumidos pelo público. O sistema de trocas, valorizações, equivalências e diferenciações no espaço global se alimenta da força vital que é produzida pelos processos artísticos em uma rede inteligente que gira em torno do mundo.

Atualmente, a inovação no campo da arte não se restringe ao questionamento de suportes tradicionais, porque a densidade de cada obra reside no apontamento de conceitos e tendências que ela propõe como “valores”. Se a arte se impõe como objeto de desejo aos que buscam possuí-la, seja pela compra ou pelo domínio intelectual, o consumo de arte também produz capacidades emancipatórias e possibilita reapropriações criativas. A atividade estética estimula os ambientes de inovação em nossa sociedade, porque “obras de arte” se converteram em potência instauradora da “experiência contemporânea”.

A arte hoje está situada em um campo cultural mais amplo, algo que chamamos de “economia da experiência”, como a moda, a gastronomia e a arquitetura, que dão feições criativas e inovadoras ao ambiente das cidades globais. Dessa forma, o mundo econômico imita o mundo da produção artística, estabelecendo negócios com a experiência proposta por obras contemporâneas. Isso ocorre mesmo quando a arte questiona o mundo econômico ou o desmobiliza através de dispositivos perceptivos, tecnológicos ou intelectuais. Mas a arte continua buscando dissolver com ironia essa fixação por um “design de experiência” que persegue a sociedade de consumo contemporânea. A grande questão a nos desafiar hoje é: como pode a arte conviver ativamente com o mundo econômico sem se desintegrar na dinâmica de mercado, evitando perder valores próprios e aniquilar potências simbólicas?

Esse foi o impasse que nos mobilizou a organizar a mostra de artistas brasileiros na Arco8 na Espanha, uma das maiores feiras de arte contemporânea da atualidade. A presença do Brasil como convidado em destaque no evento celebra a produção visual ao permitir conhecimentos de seus múltiplos valores. Uma tradução cultural para o contexto de Madri daquilo que atualmente é desafio no campo estético brasileiro, mostrando respostas artísticas arejadas que se diferenciam no sistema global. Os curadores, Paulo Sergio Duarte e Moacir dos Anjos, tiveram autonomia para eleger obras e estabelecer parâmetros junto ao MinC, assumindo a responsabilidade de fazer significativo recorte de nossa produção contemporânea. A opção foi inverter o processo seletivo usual em feiras comerciais e estabelecer o foco em artistas, no reconhecimento crítico. Ousaram afirmar o momento vivido no qual o valor cultural abre ao universo econômico possibilidades que ele mesmo não teria condições de impor, criando oportunidades de expansão do mercado. Além da feira, Madri verá em muitas instituições a riqueza da arte que nos afirma como nação contemporânea.

Ao lado de nomes conhecidos, foram incluídos outros que ainda não têm a visibilidade internacional, como artistas no início de suas carreiras, que aos poucos se afirmam no País como referências da atualidade. Na mostra brasileira que levaremos à Arco buscaremos mostrar várias gerações das artes visuais brasileiras hoje em convívio. Investimos também no sentido histórico e crítico que emerge do século 20, referenciais sedimentados por Hélio Oiticica, Mira Schendel, Lygia Clark, Geraldo de Barros e tantos outros. A permanência dinâmica desse campo é visível em desdobramentos realizados por artistas como Cildo Meireles, Antônio Dias, Tunga, Paulo Bruscky, entre outros.

Temos uma arte que torna visível a complexidade do País que vive aberturas e deslocamentos no mundo contemporâneo. Apresentamos no projeto o que dá carga semântica ao que afirmamos como “diversidade cultural”. Essa a nossa diretriz em políticas culturais aquém e além fronteiras. O exposto é processo vivo de consolidação, no contexto brasileiro, da arte contemporânea mundial, assim como de coleções e instituições internacionalizadas. Hoje somos vetor marcante na cultura global, no campo de visualidades e visibilidades, justamente porque nosso ambiente humano e estético, biopolítico e tecnológico, simboliza a noção de “diversidade cultural”, com todos conflitos e dissonâncias implicados nesse termo.

Buscamos compor o ambiente das exposições em elementos construtivos que aliam contigüidade e transparência, um meio cultural que se esquiva de amarras, blindagens ou modismos, seja no elogio irrestrito a expressões supostamente “locais”, seja na adesão fácil a linguagens que se pretendem “universais”. Se o local é o irredutível que emerge em cada momento de nossa simbolização e o universal o seu oposto, não nos deixamos jamais fixar a um ou a outro desses pólos extremados, que querem capturar a vitalidade do que nos é contemporâneo. Nossa participação na Arco, assim como o conjunto das políticas desenvolvidas pelo Ministério da Cultura, partem desse princípio agregador e abrangente da contemporaneidade. Nossa vitalidade e nossa força criativa só serão plenas e devidamente fortes se resultarem da soma, da pluralidade de expressões e linguagens que nos caracterizam e nos diferenciam no mundo. Esse é o Brasil que conhecemos, esse é o Brasil que queremos mostrar.

13 julho, 2009

Direto do Blog do Saramago

Leituras para o Verão

By José Saramago

Com os primeiros calores, já se sabe, é fatal como o destino, jornais e revistas, e uma vez por outra alguma televisão de gostos excêntricos, vêm perguntar ao autor destas linhas que livros recomendaria ele para ler no Verão. Tenho-me furtado sempre a responder, porquanto considero a leitura actividade suficientemente importante para dever ocupar-nos durante todo o ano, este em que estamos e todos os que vierem. Um dia, perante a insistência de um jornalista teimoso que não me largava a porta, resolvi ladear a questão de uma vez por todas, definindo o que então chamei a minha “família de espírito”, na qual, escusado será dizer, faria figura de último dos primos. Não foi uma simples lista de nomes, cada um deles levava a sua pequena justificação para que melhor se entendesse a escolha dos parentes. Incluí nos Cadernos de Lanzarote a imagem final da “árvore genealógica” que me tinha atrevido a esboçar e repito-a aqui para ilustração dos curiosos. Em primeiro lugar vinha Camões porque, como escrevi em O Ano da Morte de Ricardo Reis, todos os caminhos portugueses a ele vão dar. Seguiam-se depois o Padre António Vieira, porque a língua portuguesa nunca foi mais bela que quando a escreveu esse jesuíta, Cervantes, porque sem o autor do Quixote a Península Ibérica seria uma casa sem telhado, Montaigne, porque não precisou de Freud para saber quem era, Voltaire, porque perdeu as ilusões sobre a humanidade e sobreviveu ao desgosto, Raul Brandão, porque não é necessário ser um génio para escrever um livro genial, o Húmus, Fernando Pessoa, porque a porta por onde se chega a ele é a porta por onde se chega a Portugal (já tínhamos Camões, mas ainda nos faltava um Pessoa), Kafka, porque demonstrou que o homem é um coleóptero, Eça de Queiroz, porque ensinou a ironia aos portugueses, Jorge Luis Borges, porque inventou a literatura virtual, e, finalmente, Gogol, porque contemplou a vida humana e achou-a triste.


Que tal? Permitam-me agora os leitores uma sugestão. Organizem também a sua lista, definam a “família de espírito” literária a que mais se sentem ligados. Será uma boa ocupação para uma tarde na praia ou no campo. Ou em casa, se o dinheiro não deu para férias este ano.

12 julho, 2009

Para quem gosta de fotografia

Encontrei um sítio que disponibiliza uma série de sítios que permitem organizar, armazenar, editar, compartilhar, publicar e brincar com suas fotos e com fotos de outros.

O sítio é uma caixa de ferramentas para fanáticos em fotografia se deleitarem com edição, reprodução e divulgação de fotos.

Esse link http://mashable.com/2007/06/23/photography-toolbox/ contem uma série de sítios organizados que permitem escolher a atividade a ser realizada com as fotos por descrição dos sítios.

Aproveitem ...

Decida

Estando na flor da idade
Ela saiu para passear
Mirando o horizonte
Até o topo da montanha

Chegando, olhou para baixo
Avistou um gramado lisinho lisinho
Logo imaginou ter um pedaço de papelão
Não hesitou

Arrancou a camisa
Sentou em cima
Se ajeitou
E curtiu o prazer da decida

07 julho, 2009

Números

Olá pessoal,
estava navegando por blogs e acabei atracando em uma boa pedida. É o blog - este blog é minha rua. Ainda não tenho muitas informações sobre quem é o alimentador desse blog, porém tenho a certeza que se trata de um educador. Não apenas pelos posts que pude encontrar no blog mas também pelas indicações de sítios que podemos ver por lá.

Esse sítio é uma ótima indicação para quem se interessa por educação, conhecimento e atualidade. E para confirmar isso, vou reproduzir aqui um post realizado no dia 5 de julho nesse sítio. Se trata de um breve comentário seguido da reprodução do verso de Carlos Alberto Salustri ou Trissula, chamado Número.

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Estive dando uma vista d'olhos por Filosofando: Introdução à Filosofia (Maria Lúcia de Arruda ARANHA & Maria Helena Pires MARTINS- Moderna, 1994. 2ª Ed)e encontrei esses versos de Carlos Alberto Salustri ou Trissula, poeta italiano e amigo de Mussolini.

Trissula era um vate, um bardo que esgrimia palavras como um espadachim habilidoso, um D'Artagnan ou Cyrano de Bergerac, este último tão bom com a espada quanto com as palavras. Mas Trissula era conhecido por sua crítia mordaz, ácida e penetrante ao regime, inclusive ao seu amigo Mussolini, o ditador. Veja esses versos e reflita:


Eu valho muito pouco, sou sincero.
Dizia o Um ao Zero,
no entanto quanto vales tu? Na prática
és tão vazio e inconcludente
quanto na Matemática.
Ao passo que eu, se me coloco à frente
de cinco zeros bem iguais
a ti, sabes acaso quanto fico?
Cem mil, meu caro, nem um tico
a menos nem um tico a mais.
Questão de números. Aliás é aquilo
que sucede com todo ditador
que cresce em importância e em valor
quanto mais são os zeros a segui-lo.

06 julho, 2009

Blue sky



I really don´t care where I am.
Serious!
No matter the wheater, I´m happy like a pig in the mud.

Of course I love the nature and I prefere thousands times more live near of my primitive condition then the new post-modern-x-generation-human being.
The multi-technological man, ready to listen his favorite song anywhere, or eat anykind he want at anytime he wish, doesn´t fancy me. The simple urban man is not myself.

I want something beyond this. Something bigger, but material lighter. Something that fits in mind but open new world doors. I want the expansive way of think, putting myself at the condition of feel different realities in the same body.
After feel, I wish to understand.
And then, after all, I wish to act in the same way. Making things right to everyone around. Mostly to people who walk in the same velocity and direction as mine. My friends, my family.

I really don´t care where I am.
Only with who I am.

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The sky has different forms.
But always there, above the clouds
It is blue, just blue.