Blog destinado à interação coletiva e ao crescimento do mesmo. Contando com a participação de vários autores o blog abrange diversas questões, da particular filosofia à questões contemporâneas do coletivo social.
23 julho, 2009
21 julho, 2009
A história das coisas
20 julho, 2009
15 julho, 2009
Kafka
nem muitas tb. Kafka foi um dos primeiros que me convenceu a ler o mesmo livro mais de uma vez.
Quando comecei a ler "carta ao pai", não consegui parar mais. Como dizem por aí, destrui, comi, devorei, li tudinho do livro. De cabo a rabo. Não contente, indiquei a obra para todas as pessoas que conhecia. Ainda não contente, reli. E reli de novo. Sempre que terminava pensava: "Cara, esse livro é muito bom". Entretanto, o que mais se facinava era a forma em que eu conseguia ver o que se passava no livro e nem tanto a história em si. A descrição de Kafka sobre a vida dele era tão real que conseguia imagina-lo ao meu lado. Sem muito esforço. Vendo claramente o sofrimento do garoto diante o mundo que o rodiava. Com o tempo, fui cristalizando a idéia que a obra, por fim, não era apenas um relato pessoal. Mas sim, um convite a filosofia do cotidiano. A filosofia imaginativa que consegue nos transportar para além do nosso corpo e nos faz ter uma visão mais ampla sobre o mundo a nossa volta.
Tendo essa pré-idéia do trabalho de Kafka, fui atrás de outras fontes para confirmar a teoria.
Dito e feito, li a "Metamorfose" (algumas vezes também) e confirmei o que pensava!
O livro é curtíssimo, como "Carta ao pai", porém mostra a mesma visão de uma forma mais ampla. Kafka não narra a sim mesmo. Mas narra a história em terceira pessoa. O que amplia a visão da história, consegue mostrar mais o contexto geral e esclarece o convite a filosofia imaginativa. Na "Metamorfose" do personagem - de pessoa a barata, todos nós podemos nos ver.
Somos a barata de dia e a pessoa de noite, e vice e versa.
Cada atitude, ação, expressão, nos possiciona entre o 8 e o 80. Isso também envolve o que temos e, consequentemente, o que não temos. Kafka assim nos mostra o quão insignificante(inseto) podemos ser para aqueles que nos tem como iguais...
Mais uma vez, somos convidados por Kafka à olhar a nossa volta e a si mesmos. A visão do cotidiano coletivo e a constituição da sociedade como pilar moldador dos laços de interesse e ação, são problematizados e questionados pelo autor.
Terminado a minha história com Kafka, li o "O Processo". Esse sim um livro pesado! Bem maior e bem mais denso que os dois primeiros que li. Porém, um livro bem mais completo. Porém seguindo a mesma linha e estilo de "Metamorfose". O livro também é narrado em terceira pessoa e conta com um personagem que, como em "Metamorfose" não sabe o que está acontecendo a seu redor. O que parece é que da mesma forma que culpamos o "sistema" pelo erros da sociedade, o personagem de "O Processo" o faz. Sem saber o que está acontecendo ao seu redor, vai sendo levado ao fim, esgotamento físico e mental. Acorda em um dia normal sendo abordado por polícias que o levam preso, sem motivos. Assim começa o livro onde o personagem vai sofrendo com um processo que não encontra nenhuma conformidade e coerencia, sendo vítima de uma perseguição.
Como todos os personagens de Kafka nos livros que li, a perseguição e a culpa estão sendo caminhando juntas. Os personagens kafkianos sofrem psicologicamente com a dúvida constante entre vítimas ou criminosos. Essa questão está sempre na cabeça, atormentando.
Kafka nos põem a mesma minhoca na cabeça. Nos faz questionar nosso papel na sociedade em que livemos. Nos coloca de bandeja o contexto, explicitando o cenário e convidando ao debate!
--------------------------------Sobre o autor (Wikipedia)
Franz Kafka (língua tcheca: František Kafka)(Praga, 3 de julho de 1883 - Klosterneuburg, 3 de junho de 1924) foi um dos maiores escritores de ficção da Língua alemã do século XX. Kafka nasceu numa família de classe média judia em Praga, Áustria-Hungria (agora República Tcheca). O corpo de obras suas escritas— a maioria incompleta e publicadas postumamente[1]— destacam-se entre as mais influentes da Literatura ocidental[2].
Seu estilo literário presente em obras como a novela A Metamorfose (1915), e romances incluindo O Processo (1925) e O Castelo (1926) retratam indivíduos preocupados em um pesadelo de um mundo impessoal e burocrático.
--------------------------------Outros Autores semelhantesAlbert Camus
Nikolai Gogol
14 julho, 2009
Economia e arte visual contemporânea
Artigo do ministro da Cultura, Gilberto Gil, publicado no jornal O Estado de S. Paulo - SP, 11/02/2008
Atualmente, a inovação no campo da arte não se restringe ao questionamento de suportes tradicionais
A contemporaneidade é pensada pela arte em termos de intensidade e de agenciamento; o valor de cada obra é sua capacidade de se afirmar em relação ao presente. Sabemos que hoje cada manifestação do processo criativo está integrada ao mundo de uma economia atuante e catalisadora fundada na dinâmica do novo. A economia contemporânea tem na arte o modelo, já que a produção de bens se tornou cada vez mais “imaterial”, operando por diferenciais simbólicos consumidos pelo público. O sistema de trocas, valorizações, equivalências e diferenciações no espaço global se alimenta da força vital que é produzida pelos processos artísticos em uma rede inteligente que gira em torno do mundo.
Atualmente, a inovação no campo da arte não se restringe ao questionamento de suportes tradicionais, porque a densidade de cada obra reside no apontamento de conceitos e tendências que ela propõe como “valores”. Se a arte se impõe como objeto de desejo aos que buscam possuí-la, seja pela compra ou pelo domínio intelectual, o consumo de arte também produz capacidades emancipatórias e possibilita reapropriações criativas. A atividade estética estimula os ambientes de inovação em nossa sociedade, porque “obras de arte” se converteram em potência instauradora da “experiência contemporânea”.
A arte hoje está situada em um campo cultural mais amplo, algo que chamamos de “economia da experiência”, como a moda, a gastronomia e a arquitetura, que dão feições criativas e inovadoras ao ambiente das cidades globais. Dessa forma, o mundo econômico imita o mundo da produção artística, estabelecendo negócios com a experiência proposta por obras contemporâneas. Isso ocorre mesmo quando a arte questiona o mundo econômico ou o desmobiliza através de dispositivos perceptivos, tecnológicos ou intelectuais. Mas a arte continua buscando dissolver com ironia essa fixação por um “design de experiência” que persegue a sociedade de consumo contemporânea. A grande questão a nos desafiar hoje é: como pode a arte conviver ativamente com o mundo econômico sem se desintegrar na dinâmica de mercado, evitando perder valores próprios e aniquilar potências simbólicas?
Esse foi o impasse que nos mobilizou a organizar a mostra de artistas brasileiros na Arco8 na Espanha, uma das maiores feiras de arte contemporânea da atualidade. A presença do Brasil como convidado em destaque no evento celebra a produção visual ao permitir conhecimentos de seus múltiplos valores. Uma tradução cultural para o contexto de Madri daquilo que atualmente é desafio no campo estético brasileiro, mostrando respostas artísticas arejadas que se diferenciam no sistema global. Os curadores, Paulo Sergio Duarte e Moacir dos Anjos, tiveram autonomia para eleger obras e estabelecer parâmetros junto ao MinC, assumindo a responsabilidade de fazer significativo recorte de nossa produção contemporânea. A opção foi inverter o processo seletivo usual em feiras comerciais e estabelecer o foco em artistas, no reconhecimento crítico. Ousaram afirmar o momento vivido no qual o valor cultural abre ao universo econômico possibilidades que ele mesmo não teria condições de impor, criando oportunidades de expansão do mercado. Além da feira, Madri verá em muitas instituições a riqueza da arte que nos afirma como nação contemporânea.
Ao lado de nomes conhecidos, foram incluídos outros que ainda não têm a visibilidade internacional, como artistas no início de suas carreiras, que aos poucos se afirmam no País como referências da atualidade. Na mostra brasileira que levaremos à Arco buscaremos mostrar várias gerações das artes visuais brasileiras hoje em convívio. Investimos também no sentido histórico e crítico que emerge do século 20, referenciais sedimentados por Hélio Oiticica, Mira Schendel, Lygia Clark, Geraldo de Barros e tantos outros. A permanência dinâmica desse campo é visível em desdobramentos realizados por artistas como Cildo Meireles, Antônio Dias, Tunga, Paulo Bruscky, entre outros.
Temos uma arte que torna visível a complexidade do País que vive aberturas e deslocamentos no mundo contemporâneo. Apresentamos no projeto o que dá carga semântica ao que afirmamos como “diversidade cultural”. Essa a nossa diretriz em políticas culturais aquém e além fronteiras. O exposto é processo vivo de consolidação, no contexto brasileiro, da arte contemporânea mundial, assim como de coleções e instituições internacionalizadas. Hoje somos vetor marcante na cultura global, no campo de visualidades e visibilidades, justamente porque nosso ambiente humano e estético, biopolítico e tecnológico, simboliza a noção de “diversidade cultural”, com todos conflitos e dissonâncias implicados nesse termo.
Buscamos compor o ambiente das exposições em elementos construtivos que aliam contigüidade e transparência, um meio cultural que se esquiva de amarras, blindagens ou modismos, seja no elogio irrestrito a expressões supostamente “locais”, seja na adesão fácil a linguagens que se pretendem “universais”. Se o local é o irredutível que emerge em cada momento de nossa simbolização e o universal o seu oposto, não nos deixamos jamais fixar a um ou a outro desses pólos extremados, que querem capturar a vitalidade do que nos é contemporâneo. Nossa participação na Arco, assim como o conjunto das políticas desenvolvidas pelo Ministério da Cultura, partem desse princípio agregador e abrangente da contemporaneidade. Nossa vitalidade e nossa força criativa só serão plenas e devidamente fortes se resultarem da soma, da pluralidade de expressões e linguagens que nos caracterizam e nos diferenciam no mundo. Esse é o Brasil que conhecemos, esse é o Brasil que queremos mostrar.
13 julho, 2009
Direto do Blog do Saramago
Leituras para o Verão
By José SaramagoCom os primeiros calores, já se sabe, é fatal como o destino, jornais e revistas, e uma vez por outra alguma televisão de gostos excêntricos, vêm perguntar ao autor destas linhas que livros recomendaria ele para ler no Verão. Tenho-me furtado sempre a responder, porquanto considero a leitura actividade suficientemente importante para dever ocupar-nos durante todo o ano, este em que estamos e todos os que vierem. Um dia, perante a insistência de um jornalista teimoso que não me largava a porta, resolvi ladear a questão de uma vez por todas, definindo o que então chamei a minha “família de espírito”, na qual, escusado será dizer, faria figura de último dos primos. Não foi uma simples lista de nomes, cada um deles levava a sua pequena justificação para que melhor se entendesse a escolha dos parentes. Incluí nos Cadernos de Lanzarote a imagem final da “árvore genealógica” que me tinha atrevido a esboçar e repito-a aqui para ilustração dos curiosos. Em primeiro lugar vinha Camões porque, como escrevi em O Ano da Morte de Ricardo Reis, todos os caminhos portugueses a ele vão dar. Seguiam-se depois o Padre António Vieira, porque a língua portuguesa nunca foi mais bela que quando a escreveu esse jesuíta, Cervantes, porque sem o autor do Quixote a Península Ibérica seria uma casa sem telhado, Montaigne, porque não precisou de Freud para saber quem era, Voltaire, porque perdeu as ilusões sobre a humanidade e sobreviveu ao desgosto, Raul Brandão, porque não é necessário ser um génio para escrever um livro genial, o Húmus, Fernando Pessoa, porque a porta por onde se chega a ele é a porta por onde se chega a Portugal (já tínhamos Camões, mas ainda nos faltava um Pessoa), Kafka, porque demonstrou que o homem é um coleóptero, Eça de Queiroz, porque ensinou a ironia aos portugueses, Jorge Luis Borges, porque inventou a literatura virtual, e, finalmente, Gogol, porque contemplou a vida humana e achou-a triste.
Que tal? Permitam-me agora os leitores uma sugestão. Organizem também a sua lista, definam a “família de espírito” literária a que mais se sentem ligados. Será uma boa ocupação para uma tarde na praia ou no campo. Ou em casa, se o dinheiro não deu para férias este ano.
12 julho, 2009
Para quem gosta de fotografia
O sítio é uma caixa de ferramentas para fanáticos em fotografia se deleitarem com edição, reprodução e divulgação de fotos.
Esse link http://mashable.com/2007/06/23/photography-toolbox/ contem uma série de sítios organizados que permitem escolher a atividade a ser realizada com as fotos por descrição dos sítios.
Aproveitem ...
Decida
Ela saiu para passear
Mirando o horizonte
Até o topo da montanha
Chegando, olhou para baixo
Avistou um gramado lisinho lisinho
Logo imaginou ter um pedaço de papelão
Não hesitou
Arrancou a camisa
Sentou em cima
Se ajeitou
E curtiu o prazer da decida
07 julho, 2009
Números
estava navegando por blogs e acabei atracando em uma boa pedida. É o blog - este blog é minha rua. Ainda não tenho muitas informações sobre quem é o alimentador desse blog, porém tenho a certeza que se trata de um educador. Não apenas pelos posts que pude encontrar no blog mas também pelas indicações de sítios que podemos ver por lá.
Esse sítio é uma ótima indicação para quem se interessa por educação, conhecimento e atualidade. E para confirmar isso, vou reproduzir aqui um post realizado no dia 5 de julho nesse sítio. Se trata de um breve comentário seguido da reprodução do verso de Carlos Alberto Salustri ou Trissula, chamado Número.
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Trissula era um vate, um bardo que esgrimia palavras como um espadachim habilidoso, um D'Artagnan ou Cyrano de Bergerac, este último tão bom com a espada quanto com as palavras. Mas Trissula era conhecido por sua crítia mordaz, ácida e penetrante ao regime, inclusive ao seu amigo Mussolini, o ditador. Veja esses versos e reflita:
Dizia o Um ao Zero,
no entanto quanto vales tu? Na prática
és tão vazio e inconcludente
quanto na Matemática.
Ao passo que eu, se me coloco à frente
de cinco zeros bem iguais
a ti, sabes acaso quanto fico?
Cem mil, meu caro, nem um tico
a menos nem um tico a mais.
Questão de números. Aliás é aquilo
que sucede com todo ditador
que cresce em importância e em valor
quanto mais são os zeros a segui-lo.
06 julho, 2009
Blue sky
I really don´t care where I am.
Serious!
No matter the wheater, I´m happy like a pig in the mud.
Of course I love the nature and I prefere thousands times more live near of my primitive condition then the new post-modern-x-generation-human being.
The multi-technological man, ready to listen his favorite song anywhere, or eat anykind he want at anytime he wish, doesn´t fancy me. The simple urban man is not myself.
I want something beyond this. Something bigger, but material lighter. Something that fits in mind but open new world doors. I want the expansive way of think, putting myself at the condition of feel different realities in the same body.
After feel, I wish to understand.
And then, after all, I wish to act in the same way. Making things right to everyone around. Mostly to people who walk in the same velocity and direction as mine. My friends, my family.
I really don´t care where I am.
Only with who I am.
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The sky has different forms.
But always there, above the clouds
It is blue, just blue.