23 outubro, 2008

Teoria da Evolução

Ja faz tempo que fui convidado para balançar sem banco, mas demorei a tomar a iniciativa de por meus pés descalços nessa corda e me impulsionar. Hoje, depois de muita endorfina liberada me peguei com pensamentos distantes, os quais vou dividir aqui hoje.

Evolução é qualquer processo de crescimento, mudança ou desenvolvimento. Estudamos evolução a vida toda, evolução humana, tecnológica, ambiental, não é erro dizer que atualmente é um fascínio humano a evolução, é?

Nossa espécie, nossa cultura, estamos sempre evoluindo, estamos sempre pegando conhecimentos ou crenças antigas e aprimorando, tudo graças a nossas técnicas de perpetuar o conhecimento; livros, histórias, internet, etc... Arrisco em dizer que nossa evolução hoje em dia é grande porque não deixamos mais a peteca cair, ou seja, quando alguém passa uma vida estudando e trabalhando uma idéia, essa idéia (caso gere interesse) não vai para o tumulo com individuo, provavelmente terão outros assumindo esse estudo assim que esse deixar de faze-lo, e assim vai. 

Provavelmente a peteca cientifica não caiu desde que nossos ancestrais descobriram o fogo, a roda. Aprendemos com o passado, com os "conselhos" e a trajetória que nos foi percorrida. O conhecimento e o aprendizado vai a quem do individuo, mas não em todas as areas, ou pelo menos, em uma não. Sentimentos.

Quantos conselhos você ja não ouviu? Seja por meio de um bom amigo, de um e-mail, um power point, sua mãe, irmão? Quantos deles você dispensou? Quantos desses conselhos você só aprendeu quando cometeu o mesmo erro que eles evitavam? 

É disso que estou falando, parece que quando o assunto são nossas emoções, nossos sentimentos, o conhecimento morre com a pessoa, ele não transgride. Se vamos a uma exposição de artistas impressionistas do século XIV vamos achar os quadros lindos, mas a realidade a qual eles foram feitos não se adequa mais. Se formos ler um livro sobre a arte de ganhar dinheiro feito em 1950 vamos achar uma leitura interessante e tirar alguns pontos fortes, mas no geral, ele não se aplica mais no nosso mundo. Evoluimos. Para bem ou mal, mas evoluimos.

Agora podemos ler romances, podemos ouvir músicas e todas elas soam atuais, sofremos dos mesmos erros, comemoramos as mesmas vitórias. Se formos usar metalinguagem, eu imagino nossa evolução emocional como uma pista de corrida, quando nascemos largamos a corrida e conforme vamos vivendo vamos evoluindo mais ou menos, mas quando morremos, tudo o que aprendemos no quesito emocional vai conosco para a cova. Nós podemos até tentar passar o bastão, mas será que as pessoas vão querer recebe-lo? Ou será, que é como eu acho que ocorre, as pessoas vão preferir percorrer o caminho delas do zero novamente?

Será que estou sendo injusto? Será que não existe evolução quando falamos em sentimentos? Será que é possivel evoluir nessa area? Ou é uma area daquelas que a gente "só aprende na pratica"? Ou ainda, é uma area tão pessoal que nenhuma "pista" é a mesma?

Filosofia de boteco, é claro.

7 comentários:

leogarin disse...

Em todas as partes dos mundo, com pessoas de todas as nacionalidades, grupos sociais, ou aglomerados populacionais, a questão é sempre a mesma. A respostas que nós, enquanto indivíduos, temos que dar a sociedade.
"O que somos" e "o que seremos são" questões que nos perturbam da nossa infância a nossa velhice. E o que mais nos intriga é que nem sempre sabemos responder a essas questões. E o que mais doi é que a sociedade responde elas pra gente(mesmo sem a gente querer) e determina, cruelmente, nossa participação no mundo.
A sociedade pega a nossa vida sentimental e profissional, destaca todas as significações de mundo que temos como base de nossas vidas e diz o que fomos e o que somos. Trazendo a luz a comparação e não o acumulo.
Aqui a evolução termina. O ponto de analise deixa de ser o coletivo e passa a ser o indivíduo.
Você está sozinho.
E como diria o Paul, meu amigo de pub: "...And this is the fuching life! Jesus, Maria and Jose, this is the fucking life!"

leogarin disse...

outra coisa.
Valeu filhone, sua participação é fundamental!

Apareça mais vezes.
salve.

Anônimo disse...

Leo,

A sociedade nao responde questao alguma. A sociedade nao tem que responder questao nenhuma. A sociedade nao determina participacao nenhuma. A sociedade nao deve determinar participacao nenhuma.

Voce tem que responder suas proprias questoes. Voce deve determinar sua propria participacao.

Andre,
A evolucao emocional eh derivada das suas respostas, da sua participacao. Comeca e termina com voce, o "bastao" se torna inerente ao que realmente gera a evolucao.

leogarin disse...

É Matheus,

a sociedade não coloca questão nenhuma mesmo. Todas as suas ações são realmente fruto de sua vontade e de sua intenção de fazer.
Tipo - fazer faculdade, casar, ter filhos, suas taras sexuais, a roupa que você gosta, a forma que você come, o jeito q você anda, as pessoas que vc se aproxima, tudo isso, vem de vc.

Vc nasce com o desejo natural de fazer faculdade.

Eu penso que as respostas à esses desejos naturais, anseios, ou o que seja, apesar de não parecer, não está em você, mas fora de você.
E acho que podemos afirmar isso através de uma simples lógica sistemica.

Você tem desejos? Eles são genuinamente seus? Você os desejaria estando em outra situação cultural e social?
Você os desejaria sendo de outro gênero sexual?

Não sei. Mas tendo a responder q não.
Você, fruto das imposições que a sociedade lhe impõe(a mais clara delas a imposição econômica) tem que, no passar de seus anos de vida, responder à própria sociedade as razões do seu ser no contexto em que se encontra.

A sociedade é uma palavra figurativa, que que dizer grupo social. Ou seja, o ser humano, por ser um ser social, tem que adquirir algumas identidades. Essa será a prova que esse ser pertence a um grupo social. Esse grupo só aceitará esse ser caso ele detenha os pontos que esse grupo achem fundamentais para a sua identificação enquanto grupo.

Então, é assim que a sociedade nos obriga a fazer coisas.
Somos parte de um grupo social e esse tem regras sociais para aqueles que querem fazer parte desse grupo. Se aceitarmos essas regras e vivermos de acordo com elas, criaremos a identidade que buscamos.

Ou seja, somos criatura do que desejamos e desejamos aquilo que criamos.

Anônimo disse...

Leo,

Coloco o homem no centro, sempre!

To chegando no Brasil no fim de novembro, te dou um alo!

leogarin disse...

Matheus,

Eu tb coloco o homem no centro, porém sou mais realista enquanto a sua condição.

Ou, parafraseando Foucault: "Seu céu interior pode ser autônomo e repousar somente em si mesmo, sob a condição, porém, de que, por sua sabedoria, que é também saber, ele se torne semelhante à ordem do mundo, a retome em si e faça assim equilibrar no seu firmamento interno aquele onde cintilam as estrelas visíveis. Então, essa sabedoria do espelho envolverá, em troca, o mundo onde estava colocada; seu grande elo girará até o fundo do céu e mais além; o homem descobrirá que contém "as estrelas no interior de si mesmo(...), e que assim carrega o firmamento com todas as influências"

Isso quer dizer que somos o reflexo da sociedade, e que muitas vezes agimos da forma em que fomos adestrados à.

Mas isso também não quer dizer a não possibilidade do novo homem, do autêntico e do criativo. Afinal, não somos máquinas matemáticas.

Só quer dizer que somos guiados. E só.

Kbça disse...

Seja bem vindo Forni!!!! E que os bares e butecos continuem propiciando pensamentos, troca de ideias e acoes* !!!!

como acoes, do o exemplo do Bar do Santista em Pirituba, onde toda a semana rola o Sarau Elo da Corrente.