Sempre tive medo de cair na monotonia. Credito esse medo as pessoas que me cercaram na infância. Que na minha opinião não passavam de bons conselheiros protetores de minha individualidade e personalidade.
Construi com isso meu mantra de vida. Mudar, sempre. Já repito esse mantra a alguns bons anos. Sempre com sucesso e com a certeza que foi bom. Porém, as coisas tem mudado um pouco e não sinto mais vontade de cantar esse mantra.
Confeso que estou surpreso com essa vontade. Não esperava sentir esse sentimento antes de meus 30 anos. Isso não quer dizer que o sedentarismo de espírito me atingiu. Não, pelo contrário. Faço coisas novas e busco coisas novas. Cursos, exercícios, afazeres, pessoas, idéias. Gosto de acrescentar. Sou do tipo de pessoa que quando vai cozinhar, tende a colocar todos os itens que estão na geladeira em uma mistura que, em geral, chamo de gororoba. Não é minha vontade pelo novo que mudou, Mas o sentimento de sentir necessidade pelo novo. É aí que não mais sinto a ansia pelo novo. E isso é confortável pra caramba.
Sinto a mente aberta. Encaro com mais naturalidade as mudanças. Assassinei a minha ansiedade pela vida. Ainda rouo as unhas em dias de jogos do São Paulo e ainda fico nervoso quando tenho que resolver assuntos importantes. Mas não me forço a encarar coisas porque devo, mas sim porque quero.
Para contextualizar meu sentimento, vou falar um pouco das razões que incentivaram a abertura desse blog.
Quando iniciei esse blog, pensei o mesmo como sendo uma ferramenta multiuso. Primeiramente era uma plataforma coletiva de interação de colegas com idéias semelhantes sobre assuntos diferentes. E assim seguiu por um tempo. Logo no começo, percebi que a idéia era muito mais uma idéia do que uma realidade. Algumas pessoas interagiram, mas não com a velocidade e forma como imaginei. Porém, eu percebi que havia gostado de uma coisa sobre o blog. Algo que eu imaginava antes.
Muito mais que escrever minha opiniões e idéias, eu curti muito escrever no blog. Exercício que me ajudou muitíssimo a melhorar minha forma de articular minhas idéias e escrever meus pensamentos. Assim, o blog foi mudando de objetivo pra mim, e aos poucos deixou de ser uma ferramenta de interação e passou a ser uma ferramenta de diversão. Escrevia idéias e sentimentos facilmente. Dava dicas para amigos (que ainda acompanhavam o blog) e adorava os poucos comentários que apareciam.
Porém, a um tempo atrás, eu cantei o mantra da mudança e o prazer da escrita e da sublime interação foi substituido por outros prazeres distantes desse. E assim fui abandorando o blog. E o fiz por praticamente 2 anos. Com publicações esporádicas e sem condução própria. Ao mesmo tempo em que não sentia vontade de escrever, fui me chateando por ver abandonado o espaço pelo o qual um dia tanto gostei de me expressar.
E hoje foi justamente um desses dias. Acessei o blog e fiquei triste por ver tal abandono latente e me forcei a escrever algo. Apenas o sentimento que me ocorreu no dia de hoje, quando acessei esse "abandonado" espaço. A partir de hoje, vou tentar voltar mais por aqui. Valorizando a transformação contida na continuidade e da frequencia, mas não deixando de considerar a importancia do rompimento e da quebra para a (re)evolução.
3 comentários:
às vezes.. quando a gente muda, continua o mesmo..
e permanecendo o mesmo mudamos...
tudo muda
nada muda
salve nêgo!
da hora o texto. a espirutualidade e naturalidade das coisas.
(parece um menino falando)
entendo isso meu caro... "coloquei meus pés no riacho"... mas nun sosseguei naum"
e quanto ao blog, mano, o meu vem se arrastando a tempos assim, devagar vamos vendo a utilidade dessa parafernalha como meio de informação, ante em sp pouco o viam, agora que estou em Santa Catarina ele bem dizer é uma referência no estado pelo mneio artistico que convivi e que se encontra em poucos biomas do mundo!
mas ta massa isso aqui meu rei!
abraÇ!
saudações.
bebeto.
Leozinho! Ja li os dois ultimos textos e adorei. Sou sua follower agora. Nao abandone o blogger nao!
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