13 março, 2008



Hoje vejo o quanto é importante ter tempo para amadurecer e para aprender a vivenciar a vida com toda a sua problemática existencial. Se viver é um ato simples, pois precisamos de muito, muito pouco mesmo para nos mantermos vivos (um pouco de alimento, ar para respirar, água limpa para matar a sede, um lugarzinho para morar, um trabalho para nos mantermos ativos e pessoas a quem amar e com quem compartilhar nossas descobertas), ninguém em sã consciência pode afirmar que viver seja facil.

A vida é feita de simplicidade, porém não é feita de facilidades. Mas é somente quando as reflexões começam espontaneamente a surgir e a assumir novos significados, que percebemos o quanto devemos valorizar a vida e suas imensas e inúmeras possibilidades de aprendizado e de transformação.

Cada ciclo é impregnado de reflexão e traz consigo a transformação, a transcendência, a transmutação, o renascimento. Em outras palavras, ao entrar e sair de cada ciclo é morrer e renascer a cada momento, a cada instante, em cada respiração, em cada movimento, em cada sonho e em cada pensamento...

Perceber a passagem de cada ciclo é incentivo para que possamos começar nosso projeto individual de transformação contínua, progressiva e ininterrupta sem receios, sem preguiça e sem rodeios. Não importa sua religião e nem suas crenças pessoais, pois você é livre para escolher, para decidir por si só em quem e no que acreditar ou desacreditar. De fato, isso é o que menos importa aqui e agora. O mais importante é viver e aprender sempre para poder conscientemente mudar e se renovar.

De maneira simbólica, todos nós morremos e renascemos fisiologicamente, emocionalmente, mentalmente e espiritualmente milhares de vezes durante nossa existência. Ao percebermos esse processo, começamos a expandir gradativamente a consciência do significado da vida...

Finalizo a estreia com Fernando Pessoa...

"Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão"

Mo Veiga

Um comentário:

leogarin disse...

gostei do texto.
E a frase final resumiu muito bem o que foi dito.
Acho q podemos ver isso quando imaginamos o que Fernando Pessoa diria sobre o que termina, o processo que se encerra. Se tudo que chega, para Fernando Pessoa, chega por alguma razão. Nós não poderiamos deixar de pensar que tudo que termina, para Fernando Pessoa, também tem uma razão para isso. Mostrando que, como o início, o final também tem um motivo para acontecer. Ou seja, por ter um motivador para sua existência, o início ou o final, se justificam em algo já dado, anterior ao momento vivido por eles, demostrando a forma sistêmica, cíclica e processual com que percebemos a vida cotidiana.
Algo chegou, algo vai passar e em algo se transformará.