Isso é um ritual, algo que cria a nossa identidade.
Faz pensar e refletir.
Nos constitui como parte de um sistema de simbolos e significados.
Faz a gente se identificar e reconhecer.
Por isso, hoje, em data tão especial para o nosso país. Me sinto na obrigação de contribuir com um pouco de idolatria e patriotismo. Utilizando diretamente as palavras do nosso Presidente, um tributo ao futuro e a constituição do Brasil atual.
No sete de setembro, mensagem do Presidente:
"Queridas Brasileiras e Queridos Brasileiros,
        
        É comum que o 7 de setembro sirva para a gente         enaltecer o passado e pensar o presente. Desta vez é diferente:         este é o 7 de setembro do Brasil festejar o futuro. De celebrar         uma nova independência.
        
        Esta nova independência tem nome, forma e         conteúdo. Seu nome é pré-sal; seu conteúdo são as gigantescas         jazidas de petróleo e gás descobertas nas profundezas do nosso         mar; sua forma é o conjunto de projetos de lei que enviamos, há         poucos dias, ao Congresso Nacional. E que vai garantir que esta         riqueza seja corretamente utilizada para o bem do Brasil e de         todos os brasileiros.
        Peço a cada um de vocês que         acompanhe passo a passo as discussões destas leis no Congresso.         Que se informe, reflita, e entre de corpo e alma nesse debate         tão importante para os destinos do Brasil e para o futuro de         nossos filhos e netos.
        Posso resumir em duas         frases a proposta do governo: de um lado, ela garante que a         maior parte da riqueza do pré-sal fique nas mãos dos         brasileiros; de outro, ela impede que qualquer governante gaste         de forma irresponsável estes recursos. E mais: obriga que este         dinheiro seja aplicado em educação, ciência e tecnologia,         cultura, defesa do meio-ambiente e combate à pobreza.
        
        Minhas amigas e meus amigos,
        
        O pré-sal é uma das maiores descobertas de todos         os tempos. Ainda não se pode dizer, com exatidão, quantos         bilhões de barris de petróleo existem nele. Mas já se pode         garantir, com toda segurança, que ele colocará o Brasil entre os         países com maiores reservas de petróleo e gás do mundo.
        
        Elas se espalham por uma área de 149 mil         quilômetros quadrados, que começa no litoral do Espírito Santo e         termina no de Santa Catarina. É uma área do tamanho do estado do Ceará.
        
        As jazidas ficam debaixo de uma lâmina de água e         de camada de sal, que, em alguns pontos, correspondem a dez         morros do corcovado empilhados.
        
        Minhas amigas e meus amigos,
        
        O que deve fazer um povo livre, responsável e         soberano ao receber tamanha dádiva de deus? Garantir que esta         riqueza não escape de suas mãos, buscar os meios mais eficientes         de explorá-la e modernizar suas leis para não repetir os erros         de outros países.
        
        A história tem mostrado que a riqueza do petróleo         é uma faca de dois gumes. Quando bem explorada, traz progresso         para o povo. Quando mal explorada, ela traz conflitos,         desperdícios, agressão ao meio-ambiente, desorganização da         economia e privilégios para uns poucos. Assim, alguns países         pobres, ricos em petróleo, não conseguiram jamais sair da miséria.
        
        Por isso, dei orientações bem claras aos         ministros. Primeira: o petróleo e o gás pertencem ao povo         brasileiro. Como no pré-sal, os possíveis sócios terão poucos         riscos, eles não podem ficar com a parte da renda. Ela tem que         ser do povo. Segunda orientação: o Brasil não pode ser um mero         exportador de óleo cru. Vamos agregar valor aqui dentro,         exportando derivados, como gasolina, diesel e produtos         petroquímicos, que valem muito mais. Vamos construir uma         poderosa indústria de equipamentos e serviços e gerar milhares e         milhares de empregos brasileiros. Terceira orientação: não vamos         nos deslumbrar e sair por aí, como novos ricos, torrando         dinheiro em bobagens. O pré-sal é um passaporte para o futuro.         Vamos investir seus recursos naquilo que temos de mais precioso         e promissor: nossos filhos, nossos netos, nosso futuro.
        
        Minhas amigas e meus amigos,
        
        Os ministros seguiram estas diretrizes e honraram         o compromisso com o povo brasileiro. A principal mudança que         estamos propondo é que, nas áreas ainda não exploradas do         pré-sal, passe a vigorar o modelo de partilha. Quase todos os         países que têm grandes reservas e baixo risco de exploração         adotam este sistema. Ele garante que o estado e o povo continuem         donos da maior parte do óleo e do gás mesmo depois de sua extração.
        
        Estamos propondo, também, que a Petrobras seja a         operadora de toda área. Ou seja, exerça atividades de exploração         e produção, com uma participação mínima de 30% em todos os blocos.
        
        Não podia ser diferente. Afinal, temos dentro de         casa uma das maiores, melhores e mais respeitadas empresas de         petróleo do mundo. Assim saberemos tudo sobre as reservas,         aperfeiçoaremos nossa tecnologia e faremos da Petrobras uma         empresa ainda mais forte.
        
        Este trabalho será complementado pela Petro-sal,         uma nova empresa estatal, enxuta e altamente qualificada, que         vai gerir os contratos de partilha e os de comercialização. Ela         não vai concorrer com a Petrobras. Sua função é outra - a de ser         o olho do povo na fiscalização de toda operação.
        
        Minhas amigas e meus amigos,
        
        Hoje o Brasil tem todas as condições políticas,         econômicas e tecnológicas para enfrentar este desafio. A         economia do Brasil vive um novo momento. De 2003 a 2008,         crescemos em média, 4,1% ao ano. Nos últimos dois anos, mais que         5%. O país gerou cerca de onze milhões de empregos com carteira         assinada. O desemprego caiu fortemente, de 11,7% em 2003, para         8% hoje. As taxas de juros são as menores das últimas décadas.
        
        Não só pagamos a dívida externa, como acumulamos         reservas de 215 bilhões de dólares. E mais: reduzimos a miséria         e as desigualdades. Mais de 30 milhões de brasileiros saíram da         linha da pobreza. E destes, 20 milhões ingressaram na nova         classe média, fortalecendo o mercado interno e dando vigoroso         impulso à nossa economia.
        
        O fato é que hoje temos uma economia organizada e         em crescimento, que foi testada na mais grave crise         internacional desde 29 e saiu-se muito bem. Não só não         quebramos, como fomos um dos últimos países a entrar na crise e         estamos sendo um dos primeiros a sair dela. Antes, éramos alvo         de chacotas e de imposições. Hoje, nossa voz é ouvida lá fora         com atenção e respeito.
        
        A Petrobras de hoje é a cara deste novo Brasil. É         a oitava maior empresa do mundo. Não existe nenhuma empresa, na         Europa, do tamanho dela. Nas Américas, fica atrás apenas de três         gigantes norte-americanas. E é a segunda empresa em         lucratividade. E, entre as petroleiras, a segunda em valor de         mercado no mundo.
        
        A Petrobras chegou aí, entre outros motivos,         porque este governo acreditou e investiu, dando condições para         que ela aumentasse a produção, encomendasse plataformas, sondas,         modernizasse e ampliasse refinarias, treinasse e contratasse         funcionários. Além de construir uma grande infra-estrutura de         gás natural e entrar na área de biocombustíveis.
O coroamento deste esforço foi exatamente a descoberta, pela própria Petrobras, das reservas do pré-sal. Um feito extraordinário, que encheu de admiração o mundo e de orgulho os brasileiros.
        
        Minhas amigas e meus amigos,
Este é um governo que acredita no Brasil e no que ele tem de mais rico: o seu povo.
        
        É por isso que propomos que os recursos do pré-sal         sejam colocados em um fundo social, controlado pela sociedade, e         que será aplicado, majoritariamente, em desenvolvimento humano.         De um lado, o novo fundo será uma mega-poupança, um passaporte         para o futuro, que nos ajudará, entre outras coisas, a pagar a         imensa dívida que o País tem com a educação e a pobreza.
        
        De outro lado, funcionará, também, como um dique         contra a entrada desordenada de dinheiro externo, evitando seus         efeitos nocivos e garantindo que nossa economia siga saudável,         forte e baseada no trabalho e no talento de nossa gente.
        
        Todos estes temas estão agora em discussão no         Congresso Nacional e eu sei que contaremos, mais uma vez, com o         apoio livre e soberano do Legislativo na construção deste novo Brasil.
Uma ação desta amplitude só pode ocorrer, de forma saudável, em um ambiente democrático. A democracia é o ambiente mais saudável para o crescimento.
        
        O embate e a paixão política fazem parte do         universo democrático, mas não podemos deixar que interesses         menores retardem ou desviem a marcha do futuro.
        
        Uma democracia só se fortalece com a participação         da sociedade. Por isso se mobilize, converse com seus amigos,         escreva pra seu deputado, seu senador, pra que eles apoiem o que         é melhor para o Brasil.
        
        O Brasil não tem medo de crescer, nem de buscar os         melhores caminhos. Não vai ficar preso a dogmas, a modelos         fechados ou a falsas verdades.
        
        O Brasil acredita no livre mercado mas também no         papel do estado como indutor do desenvolvimento. E saberá sempre         buscar o equilíbrio que garanta o melhor para seu povo.
        
        Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
        
        É tempo de ampliarmos, ainda mais, a nossa         esperança no Brasil. A independência não é um quadro na parede         nem um grito congelado na história. A independência é uma         construção do dia-a-dia. A reinvenção permanente de uma nação. A         caminhada segura e soberana para o futuro.
        
        Viva o 7 de setembro! Boa noite!"
