09 janeiro, 2009

Israel

Para quem não sabe, o escritor português José Saramago tem um blog agora.
O único escritor de lingua portuguesa que já ganhou um prêmio nobel por seu trabalho tem um blog onde expressa suas idéias e suas inspirações. Para aqueles q forem tocados pelo interesse de ler as palavras de Saramago, aí vai o blog - http://caderno.josesaramago.org/
Entre os diversos textos escritos pelo autor, selecionei um que realmente nos toca nesse momento de crise mundial, com os ataques de Israel a faixa de Gaza, ao Hamas e aos palestinos.
O texto expressa a condição confortável em que Israel se encontra no momento em que pratica seus ataques. Ignorado, ou apoiado, pelas grandes potências mundial, (EUA e França) o massacre, ou limpeza etnica, realizado na faixa de gaza deve ser publicado e divulgado como mais uma injustiça da humanidade. Injustiça que, mesmo na figura especial de Barack Obama, não encontra nenhum resistência.
Mortos e mais mortos. Uma pilha deles. Em todos os lugares, de todas as formas.
São mais de 750 pessoas até agora. Isso de acordo com os dados oficiais.
Essa chacina deve ser denunciada. Como toda chacina!
Acho que Saramago, como fabuloso escritor que é, faz isso de uma forma muito mais clara e simple que eu. Abaixo estão suas palavras.

José Saramago - Israel http://caderno.josesaramago.org/2008/12/31/israel/

Não é do melhor augúrio que o futuro presidente dos Estados Unidos venha repetindo uma e outra vez, sem lhe tremer a voz, que manterá com Israel a “relação especial” que liga os dois países, em particular o apoio incondicional que a Casa Branca tem dispensado à política repressiva (repressiva é dizer pouco) com que os governantes (e porque não também os governados?) israelitas não têm feito outra coisa senão martirizar por todos os modos e meios o povo palestino. Se a Barack Obama não lhe repugna tomar o seu chá com verdugos e criminosos de guerra, bom proveito lhe faça, mas não conte com a aprovação da gente honesta. Outros presidentes colegas seus o fizeram antes sem precisarem de outra justificação que a tal “relação especial” com a qual se deu cobertura a quantas ignomínias foram tramadas pelos dois países contra os direitos nacionais dos palestinos.

Ao longo da campanha eleitoral Barack Obama, fosse por vivência pessoal ou por estratégia política, soube dar de si mesmo a imagem de um pai estremoso. Isso me leva a sugerir-lhe que conte esta noite uma história às suas filhas antes de adormecerem, a história de um barco que transportava quatro toneladas de medicamentos para acudir à terrível situação sanitária da população de Gaza e que esse barco, Dignidade era o seu nome, foi destruído por um ataque de forças navais israelitas sob o pretexto de que não tinha autorização para atracar nas suas costas (julgava eu, afinal ignorante, que as costas de Gaza eram palestinas…) E não se surpreenda se uma das suas filhas, ou as duas em coro, lhe disserem: “Não te canses, papá, já sabemos o que é uma relação especial, chama-se cumplicidade no crime”.

Um comentário:

Kbça disse...

otima indicacao mano....